Primado em prova vertical no Palácio do Freixo

O Palácio do Freixo, monumento nacional onde se situa a Pousada do Porto, é um majestoso edifício barroco do século XVIII projectado por Nicolau Nasoni e foi o local escolhido para uma prova vertical de Primado.

A prova foi dirigida a profissionais da comunicação social, restauração e wine business em geral. Os participantes puderam provar todas as colheitas de Primado comercializadas até ao momento: 2004, 2005, 2007, 2009 e 2010 (esta última actualmente em comercialização).

Patrícia Santos, enquanto enóloga responsável pelo Primado, comentou a prova e prestou as informações técnicas. Contou-se também com a presença de Anselmo Mendes, enquanto precursor técnico do projecto e responsável pelo perfil do Primado.

A prova foi muito animada não só pelo elevado número de participantes, mas também pela surpresa e admiração suscitadas pela juventude e frescura das diferentes colheitas, mesmo das mais antigas, revelando o Primado uma longevidade invulgar.

Raros são os vinhos que melhoram com um longo envelhecimento. Apenas os grandes vinhos possuem esse potencial. O tempo molda a impetuosidade inicial, vai proporcionando a harmonização dos componentes, intensifica a complexidade e apura a elegância.

Aqui ficam algumas notas da prova:

2004 Neste primeiro vinho Primado, o tempo já tem uma interferência, embora não muito marcada, leve oxidação, no entanto o nariz é intenso, carregado de futa fresca, prolonga-se na boca e a idade engana… Um vinho elegante, com taninos suaves.

2005 Nesta segunda colheita, a cor pouco intensa é genuína de um ano frio e húmido. O aroma tem intensidade e sente-se a fruta madura. Apresenta notas retronasais de baunilha levemente tostada. Mais floral e ataque fugaz. Medianamente longo e ligeira tosta torrada no fim de boca.

2007 Um Primado rubi, onde os 10 anos estão bem disfarçados, com um nariz intensamente frutado, frutos do bosque e compotas, muito persistente nos taninos bem presentes. Prolonga-se na boca com a acidez bem vincada conferindo-lhe a elegância que o define.

2009 De cor rubi acentuada, revela muita fruta onde se destaca a fruta madura, o figo e a uva passa. Uma boca muito suave e ligeiramente adocicada, um final de boca longo e taninos muito elegantes, a acidez mais uma vez apresenta-se bem equilibrada nesta colheita.

2010 Nesta colheita a cor rubi é intensa e a fruta está muito presente, com toques abaunilhados, conferindo-lhe um bouquet adocicado. Muito equilibrado na boca, com acidez, álcool e taninos que não chocam, conferindo um fim de boca aveludado e suave, embora no ataque se apresente encorpado e vibrante. No fim permanece um toque de especiarias, nomeadamente a pimenta.

Sérgio Lopes, da Contra-Rótulo Online Wine Magazine, esteve presente nesta prova e comentou:

Complexos, de grande elegância e capacidade de guarda. São vinhos gastronómicos, que demonstram o poder de envelhecimento da região do Dão e que reflectem o ano de colheita…”.

Manuel Pereira de Melo