Por vezes assistimos a formas algo burlescas de segurar num copo, mãos que tentam abarcar o bojo (quiçá para impedir a fuga do néctar), imprimindo-lhe impressões digitais perceptíveis até ao mais estrábico.

Outros sintomas de falta de desprimor acontecem em diversas situações. Uma traduz-se na elevação do copo na direcção do empregado mostrando que se pretende ser servido. Uma outra situação ocorre no momento do serviço e consiste na aproximação do copo à garrafa para que nem uma só gota escape. Uma outra ainda acontece quando, para mostrar que não se pretende mais vinho, se coloca a mão por cima do copo em forma de tamponamento, arriscando uns pingos em local impróprio.

Saber usar correctamente um copo, nomeadamente à mesa, é também uma manifestação de elegância.

Existem diversos modelos de copos para vinho tinto, para vinho branco, para vinhos espumantes e para vinhos licorosos. Comum a todos é a existência da haste que separa a base do bojo.

O copo deve segurar-se usando apenas o polegar e o indicador, pegando pela haste de preferência junto à base e nunca pelo bojo. Assim evita-se o aquecimento do vinho com a mão e as dedadas que são desagradáveis à vista e perturbam uma boa observação do vinho. Esta forma de segurar o copo permite a agitação circular do vinho e a sua correcta observação.

Em determinadas situações, nomeadamente em provas ou quando os empregados pegam no copo para servir o vinho, o copo pode ser seguro pela sua base.

A elegância também está nos pequenos gestos.

Manuel Pereira de Melo