A região do Dão recupera o seu prestígio de sempre.

Muita gente se lembrará que há umas dezenas de anos os vinhos da região do Dão eram os mais prestigiados em Portugal e os grandes embaixadores do país no mercado externo.

Infelizmente, neste nosso país, há sempre quem prefira a via da fraude à do trabalho. Foi assim que determinadas “entidades”, aproveitando-se de uma imagem de grande reputação conquistada por produtores que sempre trabalharam em prol da qualidade, inundaram o mercado de produtos ordinários com a marca “Dão”.

Exemplo desta situação foi o sucedido na Dinamarca onde os vinhos do Dão emprestavam uma excelente imagem de qualidade a Portugal, que ocupava o quarto lugar nas exportações de vinho.

As tais “entidades”, percebendo que os vinhos mais procurados pelos dinamarqueses eram os das categorias superiores, com as designações de “Reserva” e “Garrafeira”, trataram de comercializar mixórdias com marcas onde constassem também aquelas palavras (Reserva dos amigos, Garrafeira do António, etc., etc.). Esta falcatrua resultou numa situação embaraçosa para imagem de Portugal e no declínio das vendas dos vinhos portugueses.

Uma meia dúzia de desonestos quase conseguiram destruir a imagem de uma região, prejudicando os verdadeiros produtores.

Entretanto por cá, os vinhos do Alentejo e do Douro ganhavam alento e tomavam o lugar dos vinhos do Dão.

Agora, muitos anos depois, já desaparecidas as tais “entidades”, o Dão recupera e volta a mostrar o que vale.

Não será por acaso que é a região do mundo com características mais idênticas às da Borgonha, onde se produzem alguns dos melhores vinhos do mundo.

Berço da Touriga Nacional, o Dão caracteriza-se por produzir vinhos muito elegantes e com grande capacidade de envelhecimento.

Viva o Dão!

Manuel Pereira de Melo